Ele
À pouco tempo apercebi-me que andava a fazer pé de meia, mas acabava por não apostá-lo em nada… Gastar por gastar também não vale a pena, decidi que era bom fazer um fim de semana com ela. Queria ir para um sitio qualquer perto, longe, mas com ela, e um fim-de-semana também não dá para muito. Ela encontrou umas promoções na net, e assim que ela propôs aceitei logo. Com destino marcado para caldas de aregos, lá partimos de carro para fazer uma viagem grande.
Partilhamos condução, carinhos, olhares… é bom viajar com ela. Passamos por casa da minha mãe, para o cházinho e o beijinho. Aproveitei e levei a camera de filmar, para fazermos uma reportagem para mais tarde recordar. Lá continuamos, só tínhamos ainda meio caminho feito, mas os próximos Km é que demoram mais tempo. Viajar em IP’s que estão em obras não é pêra doce, mas na companhia dela nem isso importa. Já perto do destino enganamo-nos em algum lado e fomos dar uma volta maior, já perto do destino a velocidade média era uns 30 Km/h, pois para além de ser noite, a estrada era feita de curvas e contracurvas acentuadas. Fomos nas calmas, na conversa, ouvimos musica… gosto de viajar com ela. Após 5 horas de viagem lá chegamos a uma vila simpática…
Encontramos logo o hotel, dirigimo-nos à recepção papel para cá, papel para lá, e lá fomos para o quarto. Para um hotel de 3 estrelas tinha tudo o que precisávamos, e até deram-nos um lanche de boas vindas, começamos pela sobremesa e só depois ceámos. Prometia uma noite de merecido descanso, primeiro juntos e depois como a cama era pequena acabamos a dormir meio separados cada um na sua cama, como já estava meio a dormir nem liguei, só no outro dia quando acordei é que fiquei chateado com a situação… na outra noite ficamos com menos espaço mas juntinhos… era o que faltava ir de fim de semana para dormir separados 🙂
Depois do pequeno-almoço fomos conhecer melhor o sitio onde estávamos, nada melhor do que ir a pé. O hotel era encostado ao rio douro, muito giro, a maioria da vila fica numa encosta íngreme, na parte plana em baixo, fica o hotel, as termas, antigas pensões com ar abandonado e casas germinadas recentes. Fomos andado e as casas antigas eram muito bonitas, estava lá um solar recuperado do século 19, muito antigo mesmo. A parte mais gira era a encosta, as casas estavam tão encostadas que nem havia espaço para um carro passar, digamos que uma mota tinha que ter cuidado, mas passava bem por aqueles corredores. Notava-se que as casas estavam habitadas mas não se via ninguém. Fomos subindo até ao topo da encosta, lá em cima fazia um vento desgraçado e lá se encontrava uma casa linda desabitada. Já me imaginava lá a viver com ela, depois saia de vespa para ir comprar pão lá a baixo e vinha novamente para cima para lhe dar o pequeno almoço…. Mmm bons sonhos. Depois a seguir ia por os putos à escola primária que está lá ao lado (esta não está abandonada)…. Mmmm bons sonhos duas vezes 🙂 subimos mais um pouco e começaram as hortas os quintais, um lago com patos etc… e descemos para o hotel novamente. Ainda encontramos a caminho do hotel uma casa antiga abandonada com uma grande terreno em volta, certamente que era de gente com posses… e nos seus melhores tempos devia ser magnifica, até a casa do caseiro que era ao lado e ficava de frente para a janela do nosso quarto é linda demais. Mmmm mais uns sonhos que eu e ela partilhamos. Talvez no verão voltemos cá para experimentar as termas.
Ela
Encontrei a promoção na net. Confesso que o que mais gostei foi o facto de nunca ter ouvido falar de tal terra.Seria o nosso primeiro fim-de-semana juntos e à descoberta de um sítio.
Pedi para sair mais cedo do trabalho para ainda fazermos uma parte da viagem de dia.Parámos a meio do caminho para um chá Açoreano e uns bolos divinais… Tudo elaborado com muito carrinho pela mãe dele.Depois pusemo-nos à estrada. Passamos pela A1, pelo IP3 pela N222 e algures, ia eu a conduzir e na conversa, falhámos uma placa e lá nos perdemos! Tivemos um atraso de +/- 1 hora.Por volta das 23:30 chegámos ao Hotel. Cansados mas a celebrar o facto de ainda termos chegado na sexta.
No outro dia levantámo-nos cedo para o pequeno-almoço e ir conhecer a zona envolvente.Mesmo no outro lado da janela, do nosso quarto, estava uma casa muito bonita. Eu chamo-lhe casas de 4 frentes, porque toda a casa tem janelas. Imaginei quem tivesse ali morado. Teria sido feliz? Como eu estava…
O Douro Park Hotel era agradável. Tinha tido obras recentemente. Localiza-se à beira rio perto das termas.A vila Caldas de Aregos localiza-se numa espécie de península. Pela quantidade de pensões e residenciais, já desactivadas, dava para perceber que teria sido um importante local de passagem. A união do Rio e da Montanha em socalcos apresentava-se majestosa.
Estávamos (segundo os importantes Srs. do tempo) no fim-de-semana mais frio.Bem agasalhados começamos a nossa expedição. Passámos pelas termas, que só funcionam de Março a Setembro… como se no Inverno não soubesse bem um banhinho quente! É um edifício de linhas mais actuais, sem nenhum pormenor.
A actual marina encontra-se em obras. Daqui a 2 anos é bem possível que oiçamos falar daquele local. Fiquei a saber que importantes provas de remo são ali realizadas. Uma mais valia para a vila.Ao subir umas escadas deparámos com uma casa datada de 1886… Espectáculo! Ai fizemos uma pequena reportagem histórica 😉Continuamos a subir e metemo-nos por vielas.Descobrimos a escola primária. Pequena, modesta, lindíssima! Mas, onde estava uma ventania medonha. Não foi pretexto para acabar a nossa caminhada, continuamos…
Subimos, subimos, por entre o campo avistávamos a vila, o rio, as montanhas, o hotel, um casa não… um solar! Mas que por discórdias familiares se encontra degradada.Nessa manhã ficámos a conhecer uma vila perdida no Douro. Outras se seguirão… Não vejo a hora 🙂 Mas com uma exigência: que seja na companhia dele e dessa forma tudo fará sentido!